Vestida de chita

27 de setembro de 2007

26 de setembro de 2007

(mother and child- klimt)

É bom ter um fim para a viagem; mas, no fim, é a viagem que conta.
(Ursula K. Le Guin)

25 de setembro de 2007

Cinco factores que permitem que se preveja qual dos oponentes sairá vencedor:

- aquele que sabe quando deve ou quando não deve lutar;
- aquele que sabe como adoptar a arte militar apropriada de acordo com a superioridade ou inferioridade das suas forças frente ao inimigo;
- aquele que sabe como manter superiores e subordinados unidos de acordo com as suas propostas;
- aquele que está bem preparado e enfrenta um inimigo desprevenido;
- aquele que é um general sábio e capaz, cujo soberano não interfere.
(Sun Tzu - A Arte da Guerra - séc. IV a.c. )

O Homem é um ser excêntrico e, como tal, capaz de se descentrar, de sair de si e de se colocar face a si próprio como actor, como sujeito e objecto.
(Plessner)

Os Bêbados Festejando o S. Martinho
(José Malhoa )

Confiança

O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...


(Miguel Torga)

23 de setembro de 2007

(Carta de Gilles Robert de Vaugondy - 1749)
Também eu, também eu.
joguei às escondidas, fiz baloiços,
tive bolas, berlindes, papagaios,
automóveis de corda, cavalinhos...

Depois cresci,
tornei-me do tamanho que hoje tenho;
os brinquedos perdi-os, os meus bibes
deixaram de servir-me.
Mas nem tudo se foi:
ficou-me,
dos tempos de menino
esta alegria ingénua
perante as coisas novas
e esta vontade de brincar.
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Le mime qui se désintéresse du sentiment humain ne fait que du théâtre de mouvement
(Marcel Marceau 22 Mar 1923 - 22 Set 2007)

Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo - o passado, o presente e o futuro -, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente? O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginarmos em extensão, não existe; temos que imaginar que o presente aparente viria a ser um pouco o passado e um pouco o futuro. Ou seja, sentimos a passagem do tempo. Quando me refiro à passagem do tempo, falo de uma coisa que todos nós sentimos. Se falo do presente, pelo contrário, estarei falando de uma entidade abstracta. O presente não é um dado imediato da consciência.
Sentimo-nos deslizar pelo tempo, isto é, podemos pensar que passamos do futuro para o passado, ou do passado para o futuro, mas não há um momento em que possamos dizer ao tempo: «Detém-te! És tão belo...!», como dizia Goethe. O presente não se detém. Não poderíamos imaginar um presente puro; seria nulo. O presente contém sempre uma partícula de passado e uma partícula de futuro, e parece que isso é necessário ao tempo.
(Jorge Luís Borges - O Tempo)